domingo, abril 22, 2007

A Cruz de Caravaca

A cruz de Caravaca, pela forma - com dois braços horizontais - é típica cruz patriarcal, a denotar sua origem oriental. Foi ao que parece, mesmo orginalmente, um relicário cruciforme, contendo um fragmento do verdadeiro lenho - uma relíquia da Santa Cruz de Cristo. É, assim, uma "Vera Cruz".

A devoção à Santa Cruz de Caravaca, no santuário homônimo em Múrcia, na Espanha, e em toda a Europa, esteve muito difundida nas Idades Média e Moderna. Também a narrativa legendária sobre seu transporte maravilhoso, ligado à conversão de um taifa mourisco, é tradicional. Grandes santos, como Santa Teresa de Ávila prestaram-lhe devoção, estando a cruz que lhe pertenceu num convento carmelita da Bélgica.

Caravaca é uma antiga cidade do interior da Espanha. A história de Caravaca, por certo, é formada de episódios ricos que estão registrados; porém, o fato lendário perdurou e a Igreja não abre mão do mágico aparecimento da Cruz de Caravaca, tendo-o como real, verídico e milagroso.

No ano de 1231, reinava na Espanha o rei Abu Zeyt, conhecido como Muhammad ben Yaquib. Em Caravaca, na fortaleza maior, Muhammad mantinha prisioneiros, um grupo de cristãos, suspeitos de tramarem contra os invasores. Entre o grupo, de aproximadamente quinze pessoas, encontrava-se, incógnito, um sacerdote de nome Gines Perez Chirinos que ministrava aos seus companheiros o conforto da religião. Essas práticas foram descobertas pelos guardas e o fato chegou aos ouvidos de Muhammad que, interessado, mandou vir à sua presença o religioso prisioneiro, para conhecer as suas atividades e descobrir se estava sendo arquitetada a insurreição. Várias foram as audiências mantidas com Muhammad, que ficou impressionado com o religioso a ponto de se interessar pela atividade de sacerdote e o que significava a celebração da Santa Missa. Chirinos viu a oportunidade, não exatamente de melhorar a sua situação de prisioneiro, mas a de preparar a alma do Rei para uma utópica conversão ao Cristianismo. Certo dia Muhammad, mais paciencioso, pediu a Chirinos que lhe explicasse o mistério da Eucaristia. Chirinos objetou de que não poderia fazer o desejo do Rei, porque não dispunha dos elementos necessários para celebrar o ato sagrado. Muhammad, julgando que Chirinos não desejava satisfazer a sua curiosidade, irritou-se, recomendando severidade no tratamento dos prisioneiros.

Com o passar dos dias, a curiosidade e talvez o toque espiritual divino, passaram a preocupar o Rei a ponto de perder a tranquilidade. Mandou vir, novamente, à sua presença Chirinos que se apresentou em lastimável estado de penúria e sofrimento. Muhammad, com palavras suaves, tornou a pedir ao sacerdote que celebrasse a Missa e que fizesse uma relação de tudo quanto necessitaria para o ato. Comovido, Chirinos foi enumerando todos os objetos necessários e pediu um local apropriado; foi escolhido um recanto da fortaleza, próximo à torre, que foi limpo, ordenado e preparado para a instalação de um altar. Chegando às mão de Chirinos os elementos, foi fácil verificar que haviam sido retirados dos altares das igrejas, resultando, assim, em uma visível profanação. Negou-se Chirinos a prosseguir na sua tarefa, pois, o que havia sido profanado, não poderia servir ao sacrifício. Muhammad então exigiu de Chirinos o prosseguimento dos preparativos, sob pena de serem os seus companheiros de cárcere torturados até a morte. Sem outra alternativa Chirinos prosseguiu. Chirinos havia montado o altar, preparado o vinho e o pão e treinado dois companheiros de prisão para servirem como acólitos, todos devidamente trajados de conformidade com os costumes da Igreja; o sacerdote estava comovido. O Rei mandou chamar os seus amigos e familiares e se dispôs com grande atenção e emoção a presenciar o ato máximo de uma 'Magia' Cristã. Foi naquele preciso momento de expectativa que Chirinos se deu conta de que havia esquecido de pedir o elemento principal: uma Cruz! Notando o nervosismo de Chirinos, e vendo lágrimas em seus olhos, Muhammad indagou o que estava acontecendo. Quis saber o que significava a Cruz e por que era imprescindível a presença daquele símbolo. O local onde se encontravam era iluminado pela luz solar que penetrava através de uma abertura sobre o Altar. Chirinos vendo frustrado seu trabalho e temendo ser castigado como ameaçara o Rei, com palavras confusas e balbuciantes tentou descrever a Cruz. Muhammad, com o olhar posto na abertura sobre o Altar, apontou com as mãos para ela e com voz embargada pela emoção: "É isso aí, a Cruz ?" Chirinos acompanhou o gesto de Muhammad e viu assomarem pela janela dois anjos luminosos, trazendo em suas mãos uma Cruz ! A Cruz, que tinha um formato curioso, uma composição da Cruz Latina com Tau, revestida de pedraria, toda de ouro, foi colocada pelos anjos, no seu devido lugar, sobre o Altar. Um dos Anjos disse que a Cruz era parte da Cruz do Calvário. Todos tinham os seus olhares fixos na Cruz e não perceberam como os Anjos desapareceram. O silêncio era comovente. Chirinos, como possuído por uma força estranha, começou a celebrar. Muhammad, seus familiares e todos os presentes, converteram-se naquele momemto ao Cristianismo. Todos os prisioneiros foram libertados e aquela fortaleza foi transformada em Igreja. Misteriosamente, e isso ninguém sabe, precisamente no dia 14 de Fevereiro de 1934, a Cruz desapareceu.

Desde sua aparição, sucederam-se inúmeros milagres, fazendo a devoção à Cruz de Caravaca conquistar fiéis no mundo inteiro. Este poderoso amuleto passou a ser adotada também pelos cruzados, templários e missionários como símbolo de proteção. Esotéricos e bruxos também a usam em seus rituais. Com a expansão colonial espanhola, a devoção à Cruz de Caravaca espalhou-se por todo o mundo hispânico, constando ainda ainda que chegou ao Brasil trazida por Martim Afonso de Souza. Grandes divulgadores foram os jesuítas, que a levaram à Alemanha e Polônia, e, provavelmente, às Missões Jesuíticas dos sete povos, onde ainda existe - em São Miguel das Missões - um grande exemplar em pedra, ali conhecido como "Cruz Missioneira".

A Cruz de Caravaca é eficiente para curar toda classe de doenças como também inúmeras práticas para libertação de feitiços e encantamentos com bençãos e exorcismos. De acordo com a cultura popular e influências diversas, a Cruz de Caravaca pode adquirir outros nomes: Cruz das Missões, Cruz de Lorena, Cruz de Borgonha, Cruz de São Miguel, Cruz Missioneira. O significado continua sendo de proteção e é usada em forma de relíquia peitoral ou pedestal. Os dois braços representam a distinção arquiepiscopal ou patriarcal. Popularmente os dois braços significam fé redobrada.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Oração da Sabedoria

Senhor, dá-me a esperança
para vencer minhas ilusões todas.
Plantai em meu coração a sementeira do amor.
E ajuda-me a fazer feliz
o maior número da humanidade possível,
para ampliar seus dias risonhos
e resumir as noites tristonhas.
Transforma meus rivais em companheiros,

meus companheiros em amigos
e meus amigos em entes queridos.
Não me deixeis ser um cordeiro perante os fortes
e nem um leão diante dos fracos.
Dá-me o sabor de saber perdoar
e afastai de mimo desejo de vingança.
Senhor, iluminai meus olhos para que eu veja

os defeitos de minha alma e vendai-os
para que eu não comente os defeitos alheios.
Senhor, levai de mim a tristeza
e não a entregueis a mais ninguém.
Enchei meu coração com a divina fé,
para sempre louvar o vosso nome
e arrancai de mim o orgulho e a presunção.
Deus, fazei de mim um homem realmente justo.

Rabindranath Tagore

segunda-feira, outubro 23, 2006

Explicação de alguns fenômenos considerados sobrenaturais

22. - O perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. É por seu intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria tangível e que, por essa razão, parecem sobrenaturais.
É nas propriedades e nas irradiações do fluido perispirítico que se tem de procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, freqüentemente a seu mau grado, assim como da vista sonambúlica.
O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas se generalizam o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.
No homem, tais fenômenos constituem a manifestação da vida espiritual; é a alma a atuar fora do organismo. Na dupla vista ou percepção pelo sentido psíquico, ele não vê com os olhos do corpo, embora, muitas vezes, por hábito, dirija o olhar para o ponto que lhe chama a atenção. Vê com os olhos da alma e a prova está em que vê perfeitamente bem com os olhos fechados e vê o que está muito além do alcance do raio visual. Lê o pensamento figurado no raio fluídico.
23. - Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer do espaço. Repugna ao Espírito estar ligado ao corpo, porque a sua vida normal é a de liberdade e a vida corporal é a do servo preso à gleba.
Ele, por conseguinte, se sente feliz em deixar o corpo, como o pássaro em se encontrar fora da gaiola, pelo que aproveita todas as ocasiões que se lhe oferecem para dela se escapar, de todos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação. Tem-se então o fenômeno a que se dá o nome de emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o sono. De todas as vezes que o corpo repousa, que os sentidos ficam inativos, o Espírito se desprende. (O Livro dos Espíritos, Parte 2ª, Cap. VIII.) Nesses momentos ele vive da vida espiritual, enquanto que o corpo vive apenas da vida vegetativa; acha-se, em parte, no estado em que se achará após a morte: percorre o espaço, confabula com os amigos e outros Espíritos, livres ou encarnados também.
O laço fluídico que o prende ao corpo só por ocasião da morte se rompe definitivamente; a separação completa somente se dá por efeito da extinção absoluta da atividade vital. Enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, é instantaneamente chamado à sua prisão, desde que a sua presença aí se torne necessária. Ele, então, retoma o curso da vida exterior de relação. Por vezes, ao despertar, conserva das suas peregrinações uma lembrança, uma imagem mais ou menos precisa, que constitui o sonho. Quando nada, traz delas intuições que lhe sugerem idéias e pensamentos novos e justificam o provérbio: A noite é boa conselheira. Assim igualmente se explicam certos fenômenos característicos do sonambulismo natural e magnético, da catalepsia, da letargia, do êxtase, etc., e que mais não são do que manifestações da vida espiritual.
24. - Pois que a visão espiritual não se opera por meio dos olhos do corpo, segue-se que a percepção das coisas não se verifica mediante a luz ordinária: de fato, a luz material é feita para o mundo material; para o mundo espiritual, uma luz especial existe, cuja natureza desconhecemos, porém que é, sem dúvida, uma das propriedades do fluido etéreo, adequada às percepções visuais da alma. Há, portanto, luz material e luz espiritual. A primeira emana de focos circunscritos aos corpos luminosos; a segunda tem o seu foco em toda parte: tal a razão por que não há obstáculo para a visão espiritual, que não é embaraçada nem pela distância, nem pela opacidade da matéria, não existindo para ela a obscuridade. O mundo espiritual é, pois, iluminado pela luz espiritual, que tem seus efeitos próprios, como o mundo material é iluminado pela luz solar.
25. - Assim, envolta no seu perispírito, a alma tem consigo o seu princípio luminoso. Penetrando a matéria por virtude da sua essência etérea, não há, para a sua visão, corpos opacos. Entretanto, a vista espiritual não é idêntica, quer em extensão, quer em penetração, para todos os Espíritos. Somente os Espíritos puros a possuem em todo o seu poder. Nos inferiores ela se acha enfraquecida pela relativa grosseria do perispírito, que se lhe interpõe qual nevoeiro. Manifesta-se em diferentes graus, nos Espíritos encarnados, pelo fenômeno da segunda vista, tanto no sonambulismo natural ou magnético, quanto no estado de vigília. Conforme o grau de poder da faculdade, diz-se que a lucidez é maior ou menor. Com o auxílio dessa faculdade é que certas pessoas vêem o interior do organismo humano e descrevem as causas das enfermidades.
26. - A vista espiritual, portanto, faculta percepções especiais que, não tendo por sede os órgãos materiais, se operam em condições muito diversas das que decorrem da vida corporal. Efetuando-se fora do organismo, tem ela uma mobilidade que derrui todas as previsões. Indispensável se torna estudá-la em seus efeitos e em suas causas e não assimilando-a à vista ordinária, que ela não se destina a suprir, salvo casos excepcionais, que se não poderiam tomar como regra.
27. - Necessariamente incompleta e imperfeita é a vista espiritual nos Espíritos encarnados e, por conseguinte, sujeita a aberrações. Tendo por sede a própria alma, o estado desta há de influir nas percepções que aquela vista faculte. Segundo o grau de desenvolvimento, as circunstâncias e o estado moral do indivíduo, pode ela dar, quer durante o sono, quer no estado de vigília: 1° a percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorram a grande distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes; 2° a percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos Espíritos; 3° imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento. Estas criações se acham sempre em relação com as disposições morais do Espírito que as gera. É assim que o pensamento de pessoas fortemente imbuídas de certas crenças religiosas e com elas preocupadas lhes apresenta o inferno, suas fornalhas, suas torturas e seus demônios, tais quais essas pessoas os imaginam. Ás vezes, é toda uma epopéia. Os pagãos viam o Olimpo e o Tártaro, como os cristãos vêem o inferno e o paraíso. Se, ao despertarem, ou ao saírem do êxtase, conservam lembrança exata de suas visões, os que as tiveram tomam-nas como realidades confirmativas de suas crenças, quando tudo não passa de produto de seus próprios pensamentos. Cumpre, pois, se faça uma distinção muito rigorosa nas visões extáticas, antes que se lhes dê crédito. A tal propósito, o remédio para a excessiva credulidade é o estudo das leis que regem o mundo espiritual.
28. - Os sonhos propriamente ditos apresentam os três caracteres das visões acima descritas. Às duas primeiras categorias dessas visões pertencem os sonhos de previsões, pressentimentos e avisos. Na terceira, isto e, nas criações fluídicas do pensamento, é que se pode deparar com a causa de certas imagens fantásticas, que nada têm de real com relação à vida corpórea, mas que apresentam às vezes, para o Espírito, uma realidade tal, que o corpo lhe sente o contrachoque, havendo casos em que os cabelos embranquecem sob a impressão de um sonho. Podem essas criações ser provocadas: pela exaltação das crenças; por lembranças retrospectivas; por gostos, desejos, paixões, temor, remorsos; pelas preocupações habituais; pelas necessidades do corpo, ou por um embaraço nas funções do organismo; finalmente, por outros Espíritos, com objetivo benévolo ou maléfico, conforme a sua natureza.

(FONTE: KARDEC, Allan - "A Gênese" - Capítulo XIV, Parte II)

terça-feira, outubro 10, 2006

Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Padroeira do Brasil


A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da então Capitania de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Convocados pela Câmara Municipal de Guaratinguetá os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no rio Paraíba do Sul. Desceram o seu curso e, depois de muitas tentativas infrutíferas, chegaram a Porto Itaguaçu, a 12 de Outubro. João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou então a cabeça da imagem. Daí em diante os peixes encheram em abundância as redes dos três humildes pescadores. Durante 15 anos a imagem permaneceu na residência de Felipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo se mostrou pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de Julho de 1745. Diante do aumento no número de fiéis, em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior - a atual Basílica Velha. Em 6 de Novembro de 1888, a Princesa Isabel visitou pela segunda vez à basílica e ofertou à santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul. No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas. A 8 de Setembro de 1904, a imagem foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Vinte anos depois, a 17 de Dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, Nossa Senhora foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial, por determinação do Papa Pio XI. No estado de São Paulo, onde sua imagem foi encontrada e seu culto, consolidado, a Virgem de Aparecida sincretiza com Oxum.

domingo, outubro 01, 2006

Oração da Boa Guia

Deus, pai de todos...
Divino Mestre!
Em nome do vosso abençoado filho
volvei os vossos olhos misericordiosos
para mim em todos os momentos angustiosos.
Assim como a estrela mensageira
guiou os Três Reis Magos através do Oriente
por montes, vales, colinas
ao berço de Jesus.
Assim, meu Divino Mestre,
permita que os espíritos superiores da vossa seara
me conduzam pelo vasto e poderoso caminho da existência
às regiões etéricas da felicidade.

Assim seja!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Oração proferida por Jesus na casa de Simão Pedro

Pai, acende a Tua Divina Luz
em torno de todos aqueles
que Te olvidaram a bênção,
nas sombras da caminhada terrestre.
Ampara os que se esqueceram de repartir
o pão que lhes sobra na mesa farta.
Ajuda aos que não se envergonham
de ostentar felicidade,
ao lado da miséria e do infortúnio.
Socorre os que se não lembram
de agradecer aos benfeitores.
Compadece-te daqueles
que dormiram nos pesadelos do vício,
transmitindo herança dolorosa
aos que iniciam a jornada humana.
Levanta os que olvidaram
a obrigação de serviço ao próximo.
Apiada-te do sábio que ocultou a inteligência
entre as quatro paredes do paraíso doméstico.
Desperta os que sonham com o domínio do mundo,
desconhecendo que a existência na carne
é simples minuto entre o berço e o túmulo,
à frente da Eternidade.
Ergue os que caíram vencidos
pelo excesso de conforto material.
Corrige os que espalham a tristeza
e o pessimismo entre os semelhantes.
Perdoa aos que recusaram
a oportunidade de pacificação
e marcham disseminando
a revolta e a indisciplina.
Intervém a favor de todos os que
se acreditam detentores de fantasioso poder
e supõem loucamente absorver-te o juízo,
condenando os próprios irmãos.
Acorda as almas distraídas
que envenenam o caminho dos outros
com a agressão espiritual dos gestos intempestivos.
Estende paternas mãos a todos os que olvidaram
a sentença de morte renovadora da vida
que a tua lei lhes gravou no corpo precário.
Esclarece os que se perderam
nas trevas do ódio e da vingança,
da ambição transviada e da impiedade fria,
que se acreditam poderosos e livres,
quando não passam de escravos,
dignos de compaixão,
diante de teus sublimes desígnios.
Eles todos, Pai, são delinqüentes
que escapam aos tribunais da Terra,
mas estão assinalados
por Tua Justiça Soberana e Perfeita,
por delitos de esquecimento,
perante o Infinito Bem.

(FONTE: XAVIER, Francisco Cândido - "JESUS NO LAR" - Capítulo 50 “Em Oração”, ditado pelo Espírito Neio Lúcio).

quarta-feira, agosto 02, 2006

A Porta do Amor

Certo dia, a solidão bateu à porta de um grande sábio. Ele convidou-a para entrar. Pouco depois, ela saiu decepcionada. Havia descoberto que não podia capturar aquele ser bondoso, pois ele nunca estava sozinho: estava sempre acompanhado pelo amor de Deus.
De outra feita, a ilusão também bateu à porta daquele sábio. Ele, amorosamente, convidou-a a entrar em sua humilde morada. Logo depois, ela saiu correndo e gritando que estava cega. O coração do sábio era tão luminoso de amor que havia ofuscado a própria ilusão.
Em um outro dia, apareceu a tristeza. Antes mesmo que ela batesse à porta, o sábio assomou a cabeça pela janela e dirigiu-lhe um sorriso enternecedor. A tristeza recuou, disse que era engano e foi bater em alguma outra porta que não fosse tão luminosa.
A fama do sábio foi crescendo e a cada dia novos visitantes chegavam, objetivando conquistá-lo em nome da tentação.
Em um dia era o desespero, no outro a impaciência. Depois vieram a mentira, o ódio, a culpa e o engano. Pura perda de tempo: o sábio convidava todos a entrar e eles saíam decepcionados com o equilíbrio daquela alma bondosa.
Porém, um dia a morte bateu à sua porta. Ele convidou-a a entrar. Os seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento, ofuscada pelo amor do mestre. Entretanto, tal não aconteceu. O tempo foi passando e nem ela nem o sábio apareciam.
Os discípulos, cheios de receio, penetraram a humilde casa e encontraram o cadáver de seu mestre estirado no chão. Começaram a chorar ao ver que o querido mestre havia partido com a morte.
Na mesma hora, adentraram na casa a ilusão, a solidão e todos os outros servos da ignorância que nunca haviam conseguido permanecer anteriormente naquele recinto. A tristeza dos discípulos havia aberto a porta e os mantinha lá dentro.
Enquanto isso, em outra dimensão, levado pela morte, o sábio instalava-se em sua nova residência. Agora, só batem em sua porta os espíritos luminosos. E, amorosamente, ele continua convidando todos os que batem a entrar. E ninguém quer sair de lá, pois agora o grande mestre "mora no coração de Deus".

- Aivanhov e Yogananda – recebido espiritualmente por Wagner D. Borges)

Dia dos Pais - 13 de Agosto

MEU PAI, MEU HERÓI
Quando eu cheguei a este mundo, não sabia ao certo o que estava fazendo aqui, até que percebi que havia alguém para me orientar na jornada.
Um dia, quando você me ergueu nos braços, elevando-me acima da sua cabeça, descobri que você queria que eu percebesse o mundo de um ponto de vista muito abrangente.
Quando comecei a ensaiar meus primeiros passos, com a musculatura das pernas ainda frágil, você me sustentou segurando-me a mão, e entendi que você não desejava me carregar no colo para sempre: queria que eu andasse com as próprias pernas.
Quando entrei em casa pela primeira vez, ofegante, me queixando dos amigos, você disse para eu me acertar com eles, e compreendi que deveria assumir a responsabilidade pelos meus próprios atos.
Quando trouxe para casa minha primeira lição e você se sentou ao meu lado, orientando-me, mas não fez a lição para mim, entendi que você desejava que o aprendizado fosse uma conquista minha.
No dia em que alguns objetos alheios foram parar em minha mochila escolar, você, sem me ofender, me pediu para devolver ao legítimo dono, e compreendi que você queria fazer de mim uma pessoa honesta.
Quando, um dia, meus amigos saíram da sala e tracei alguns comentários maldosos sobre eles, e você me disse que não devemos falar mal das pessoas ausentes, aprendi as lições da sinceridade e do respeito.
Nos momentos difíceis, você estava sempre ao meu lado para me apoiar, e nas horas alegres não me faltou o seu abraço para compartilhar.
Quando fraquejei diante do primeiro embate da vida, você me falou de coragem...
Quando chorei as lágrimas provocadas pelo primeiro sofrimento, você me falou de resignação...
Quando desejei fugir dos compromissos que se apresentavam, você me falou de responsabilidade...
Quando pensei em mentir para um amigo, você me falou de fidelidade...
Quando senti em minha alma os açoites dos primeiros vendavais, você me falou de flexibilidade, e aprendi a me dobrar para não quebrar, como o pequeno ramo verde faz diante dos golpes do vento.
Quando você pressentiu em meu olhar a insinuação da vingança, me falou do perdão...
Quando desejei salvar o mundo, nos ardentes dias da juventude, você me ensinou a moderação e o bom senso.
Quando quis me submeter aos modismos do grupo, você me falou de liberdade.
Quando me iludi, pensando que o mundo era meu, você me falou do Criador do Universo...
Assim, meu pai, desejo dizer que você sempre foi meu herói, meu amigo, meu grande mestre, meu companheiro de caminhada...
Você foi firme, quando era de firmeza que eu precisava...
Foi terno, quando era de ternura que eu necessitava... Foi lúcido, quando era de lucidez que eu precisava...
Quando eu cheguei a este mundo, não sabia ao certo o que estava fazendo aqui, até que percebi que havia alguém para me orientar na jornada...
Hoje, bem, hoje eu sei claramente o que estou fazendo aqui, porque você, meu pai, fez mais que apenas me orientar, você caminhou ao meu lado muitas vezes, me seguiu de perto outras tantas, e andou à minha frente muitas outras, deixando rastros de luz, como diretrizes seguras que eu pudesse seguir.
Hoje eu sei muito bem o papel que me cabe na construção de um mundo melhor, porque isso eu aprendi com você, meu grande e admirado amigo...
E quando eu vejo tantos jovens perdidos, sem rumo e sem esperança, vagando entre a violência e a morte, eu peço a Deus por eles, porque é bem possível que não tenham tido a felicidade de ter um pai como você...
E peço a Deus por você, papai, meu grande amigo.

(FONTE: Momento Espírita)

Quem somos

Sediado na Rua Arapaçu, 287 - Inhoaíba - RJ (rua próxima à Praça do Preto Velho). Filiado ao Primado de Umbanda.

Direção: C.C.T. Srª Alice.

Este blog vai divulgar nosso calendário de atividades mensais, e também trará mensagens, preces e homenagens aos Orixás e entidades de Umbanda.